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Entenda por que o povo Akuntsú ficou 30 anos sem novos bebês

Povo Akuntsú comemora nascimento do primeiro bebê em 30 anos Após três décadas sem registrar nenhum nascimento, o povo Akuntsú, considerado um dos menores...

Entenda por que o povo Akuntsú ficou 30 anos sem novos bebês
Entenda por que o povo Akuntsú ficou 30 anos sem novos bebês (Foto: Reprodução)

Povo Akuntsú comemora nascimento do primeiro bebê em 30 anos Após três décadas sem registrar nenhum nascimento, o povo Akuntsú, considerado um dos menores povos indígenas do Brasil e sobrevivente de massacres e expulsões na região do rio Corumbiara (RO), celebrou no dia 8 de dezembro a chegada de um bebê. O marco ocorre após anos de perdas que reduziram a etnia a apenas três mulheres. 🔍 Os Akuntsú sofreram uma drástica redução populacional em razão de massacres e disputas de terra. Vestígios encontrados pela Funai indicam que, nos anos 1980, uma aldeia com cerca de 30 pessoas foi destruída. No primeiro contato oficial, em 1995, restavam apenas sete indígenas. Com o passar dos anos, mortes e acidentes diminuíram ainda mais o grupo. Em 2009, eram cinco pessoas. Após as mortes de Kunibu e Popak, sobraram apenas três mulheres: Pugapia, Aiga e Babawru. As relações de parentesco entre os sobreviventes impediram a reprodução, e a resistência em buscar relações com outros povos indígenas dificultou ainda mais a possibilidade de novos nascimentos. Foi somente agora, com a união de Babawru Akuntsú, de aproximadamente 42 anos, e um indígena do povo Kanoé, também morador da Terra Indígena Rio Omerê, que o nascimento de uma criança se tornou possível. Apesar de pertencerem a etnias diferentes, Akuntsú e Kanoé são os únicos povos que mantêm contato diário na região. O parto de foi acompanhado por equipes de saúde indígena, com apoio médico em Vilhena (RO), respeitando os costumes e garantindo a segurança da mãe e da criança. Para a Funai, a chegada do bebê é um marco simbólico e prático. “A vinda dessa criança Akuntsú soma mais incentivos e estímulos para a continuidade das ações com eles”, afirmou o órgão. Desde o primeiro contato, há 30 anos, equipes da Funai permanecem junto aos Akuntsú e Kanoé, promovendo a proteção territorial, assegurando direitos e preservando hábitos e costumes tradicionais. Importância para o povo Akuntsú Para as últimas três mulheres Akuntsú, o bebê representa esperança. “O nascimento dessa criança traz novas expectativas de vida e renasce a esperança de continuidade do povo”, destacou a Funai. O grupo mantém o uso exclusivo de sua própria língua e preserva práticas culturais como cerâmica, adornos corporais, instrumentos musicais e formas próprias de organização social. Nenhuma das mulheres fala português. Bebê Akuntsú e o pai Divulgação/Funai LEIA TAMBÉM: Avião com deputado federal e vereador faz pouso forçado e pega fogo em RO Abate de búfalos: como será teste para erradicar 5 mil animais invasores em área remota da Amazônia

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