EUA interceptam terceiro navio petroleiro perto da Venezuela, dizem agências
EUA interceptam terceiro navio petroleiro perto da Venezuela, dizem agências Os Estados Unidos interceptaram um terceiro navio petroleiro próximo à costa da ...
EUA interceptam terceiro navio petroleiro perto da Venezuela, dizem agências Os Estados Unidos interceptaram um terceiro navio petroleiro próximo à costa da Venezuela, informaram neste domingo (21) as agências de notícias Bloomberg e Reuters. A Bloomberg afirmou que o nome do barco é o petroleiro Bella 1 e que forças americanas já teriam embarcado no navio, já a Reuters disse que a embarcação está sendo perseguida e foi interceptada, mas que a abordagem ainda não haveria ocorrido. A data e o local exatos da interceptação não foram informados até a última atualização a desta reportagem. Se confirmada, esta será a segunda apreensão de navios petroleiros perto da Venezuela apenas neste final de semana e a terceira em pouco mais de dez dias. A ação compõe uma estratégia de pressão do governo Trump contra o regime venezuelano de Nicolás Maduro. (Leia mais abaixo) ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp Segundo a Bloomberg, trata-se de um petroleiro que usava bandeira panamenha e estava a caminho da Venezuela para ser carregado. Um oficial do governo dos EUA afirmou à Reuters que o petroleiro está sob sanções e navega com bandeira falsa, além de acrescentar que interceptações podem assumir diferentes formas além da entrada de tropas na embarcação, como navegar ou voar próximo. Um oficial afirmou à Reuters que o petroleiro interceptado neste domingo estava sob sanções econômicas, em linha com o "bloqueio total" de embarcações do tipo anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na terça-feira. No entanto, a embarcação apreendida no sábado não constava na lista de sanções dos EUA. Minutos após a nova interceptação ser revelada pelas agências de notícias, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que seu país enfrenta "uma campanha de agressão de terrorismo psicológico e corsários que assaltaram petroleiros". Não está claro se a fala é uma resposta à ação americana deste domingo especificamente. "A Venezuela vem denunciando, enfrentando e derrotando há 25 semanas uma campanha de agressão que vai desde o terrorismo psicológico até corsários que assaltaram petroleiros. Estamos preparados para acelerar a marcha da Revolução profunda", disse Maduro em suas redes sociais. O governo Trump não se manifestou sobre a nova interceptação até a última atualização a desta reportagem. Além dessa embarcação, os Estados Unidos apreenderam no sábado (20) o petroleiro Centuries e, em 10 de dezembro, o Skipper. EUA anunciam sanções contra parentes de Maduro e contra empresas e navios que atuam na Venezuela Reprodução/TV Globo Há poucos dias, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou um bloqueio contra todos os petroleiros sujeitos a sanções que entram ou saem da Venezuela. O anúncio foi interpretado por analistas como uma elevação do tom das ameaças americanas. O governo venezuelano não se manifestou sobre a interceptação deste domingo até a última atualização desta reportagem. Anteriormente, o regime Maduro chamou o bloqueio de Trump aos petroleiros de uma "ameaça grotesca" e "absolutamente irracional", "pirataria internacional" e disse no sábado que as apreensões "não ficarão impunes". A apreensão de navios petroleiros faz parte da campanha de pressão do governo Trump contra o regime Maduro, que inclui uma ampla mobilização militar no mar do Caribe, sobrevoos no espaço aéreo venezuelano e bombardeios a embarcações. As interceptações, que visam estrangular a economia venezuelana, adicionaram um novo capítulo à escalada de tensões entre os dois países. Por que os navios estão sendo apreendidos? Governo Trump mostra ação que apreendeu segundo petroleiro vindo da Venezuela A Venezuela concentra a maior reserva comprovada de petróleo do planeta, com capacidade de aproximadamente 303 bilhões de barris — ou 17% do volume conhecido —, segundo a Energy Information Administration (EIA), órgão oficial de estatísticas energéticas dos EUA. Esse volume coloca o país à frente de gigantes como Arábia Saudita (267 bilhões) e Irã (209 bilhões), com ampla margem. Grande parte do petróleo venezuelano, porém, é extra-pesado, o que exige tecnologia sofisticada e investimentos elevados para extração. 🔎 Na prática, o potencial é enorme, mas segue subaproveitado devido à infraestrutura precária e às sanções internacionais que limitam operações e acesso a capital. Há um claro interesse dos EUA. Segundo a EIA, o petróleo pesado da Venezuela "é bem adequado às refinarias norte-americanas, especialmente às localizadas ao longo da Costa do Golfo". Nesse contexto, o republicano atinge dois objetivos simultaneamente: ao buscar favorecer a economia dos EUA, também pressiona a produção e as exportações de petróleo da Venezuela — setor central para a economia do país e para a sustentação do governo de Nicolás Maduro. Os efeitos iniciais já começaram a aparecer nesta semana. Reportagem da Bloomberg News indicou que Caracas enfrenta falta de capacidade para armazenar petróleo, em meio a medidas de Washington para impedir que embarcações atraquem ou deixem portos venezuelanos. Desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao setor de energia da Venezuela, em 2019, comerciantes e refinarias que compram petróleo venezuelano passaram a recorrer a uma “frota fantasma” de navios-tanque, que ocultam sua localização, e a embarcações sancionadas por transportar petróleo do Irã ou da Rússia. A China é a maior compradora do petróleo bruto venezuelano, que responde por cerca de 4% de suas importações. Em dezembro, os embarques devem alcançar uma média de mais de 600 mil barris por dia, segundo analistas consultados pela Reuters. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Por enquanto, o mercado de petróleo está bem abastecido, e há milhões de barris em navios-tanque ao largo da costa da China aguardando para serem descarregados. Se o embargo permanecer em vigor por algum tempo, a perda de quase um milhão de barris por dia na oferta de petróleo bruto tende a pressionar os preços do petróleo para cima. O ataque a petroleiros ocorre enquanto Trump ordenou ao Departamento de Defesa que realizasse uma série de ataques contra embarcações no Caribe e no Oceano Pacífico que sua administração alega estarem contrabandeando fentanil e outras drogas ilegais para os Estados Unidos e além. Pelo menos 104 pessoas foram mortas em 28 ataques conhecidos desde o início de setembro. A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, disse em uma entrevista à Vanity Fair publicada esta semana que Trump "quer continuar explodindo barcos até Maduro gritar 'tio'." Trump e Maduro AP Photo/Evan Vucci; Reuters/Leonardo Fernandez
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/21/eua-navio-perto-da-venezuela.ghtml